Para os que se encontram diuturnamente na lide militar, pouca coisa existe de desalentador, do ponto de vista acadêmico, do que alguns atos abusivos. Assim pretende-se, numa breve abordagem, compreender o assédio moral na rotina das instituições militares e, se efetivamente determinados comportamentos poderiam caracterizar essa prática abusiva ferindo princípios fundamentais. Denota-se que as organizações militares possuem como pilares a hierarquia e a disciplina, uma vez que dada a natureza das atividades, e a necessidade do militar, entre outras características, de que ter rusticidade é essencial para o exercício de comando e a eficiência das operações, não subsistindo uma sem a outra. Por outro lado é são exatamente nessas relações hierárquicas autoritárias e assimétricas (simétricas) que propiciam campo fértil para a prática do assédio moral, principalmente na lide militar. Outro aspecto é que a ausência de legislação específica e a dificuldade de comprovação do assédio moral ante o medo de retaliações ou represálias dos superiores acabam por instaurar o “pacto da tolerância e do silêncio” gerando grande sofrimento ao assediado.
Nara Suzana Stainr Pires
Luciane Ribeiro Rodrigues Berleze